O Edifício Nossa Senhora da Conceição, mais conhecido como “Prédio da Caixa”, localiza-se na região central de Niterói, mais precisamente na Av. Ernani do Amaral Peixoto, área que faz parte do trecho pertencente a Operação Urbana Consorciada do Centro de Niterói (OUC) e da Área de Especial Interesse Turístico do Plano Diretor de 2019. Por estar localizado em um terreno próximo ao que irá receber a nova sede da Justiça Federal, se torna valioso do ponto de vista do mercado imobiliário, já que a extensão da Avenida deve se transformar em um “corredor judiciário’’.

O edifício que contava com parte de seus moradores ocupantes e parte proprietários (estes em sua maioria idosos que pagaram grande parte da sua vida pelo imóvel e ali viviam há mais de 30 anos).

Na manhã do dia 07/06/2019, o prédio foi desocupado compulsoriamente por determinação da justiça que atendeu o pedido do Ministério Público sob a alegação de que o local estava em situação precária de segurança e habitação. O prédio teve sua porta de acesso lacrada, os moradores não conseguiram retirar todos os seus bens, animais domésticos ficaram presos dentro do prédio e famílias foram parar na rua.
Nos meses que sucederam o despejo, os moradores realizaram diversas manifestações para a garantia do seu direito à moradia. Suas pautas incluem a garantia do pagamento do Aluguel Social para todas as famílias que ali residiam, a limpeza do prédio, a reabertura para que os pertencem fossem retirados,  

A população do Prédio da Caixa aguardou  a abertura para que possam retirar seus pertences retidos no prédio lacrado desde o despejo. O pagamento do aluguel social foi prometido pela prefeitura mas as afirmações de evitar fraudes respaldam a suspensão do benefício.  Com isso, muitos moradores se encontram em situação de rua, Sueli dos Santos era um exemplo destes. Sueli faleceu no dia 13/02/2020, hipertensa, sem recursos para alimentação, medicação e sem casa.

O Prefeito Rodrigo Neves anunciou no dia 17 de fevereiro de 2020 que irá desapropriar o prédio para fins de institucionais e de moradia. Mas sem dar mais detalhes sobre o projeto e sem articulação com os moradores do local. 

Os moradores continuam atentos e reivindicando seus direitos. Isto é, a entrada no Prédio para retirar seus pertences, a continuidade do pagamento do aluguel social, a inspeção do prédio e a volta para suas casas. A luta não acabou e Sueli não será esquecida!

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